sexta-feira, outubro 05, 2012

RIOS SOLIMÕES E AS TARTARUGAS


Vejam o que acontece na margem esquerda do Rio Solimões,

Descrição: E9D105193604487497316006D814D4D5@dell
Descrição: 16C016AC68184B3B8F6C2ACCF4ABB7DF@dell
Descrição:
 7E73FC930A8D4282B178C984E46A4457@dell
Descrição: A4820F1C891D4B80ADDD34AB699BF320@dell
Descrição: FE9EEF1C9E374A9199B513F637F8B4F5@dell
Descrição: F1BAC5CA813347AF9EA96B8BCE479457@dell
Descrição: D9DD30B5488D4CF4BA4D545C9B033986@dell
Descrição: D0180754587E4F00976DD7E4FA838A86@dell
Descrição: 197B6FEB53D64AECA30C18DCE8353B46@dell
Roubam os ovos das tartarugas, para vender.
 
 
Por favor, repassem esta mensagem sem moderação.
O planeta agradece!

domingo, setembro 16, 2012

O eleitor o candidato e o trânsito

O ELEITOR O CANDIDATO E O TRÂNSITO




                   Estamos a menos de um mês das eleições municipais que ocorrerão nos 5.560 municípios brasileiros; as eleições municipais onde elege-se um representante do povo para o Poder Executivo, que terá a incumbência de ser o Gestor e o executor de politicas públicas, respeitando os limites impostos pela Lei, sejam leis de caráter nacional ou leis estaduais que são de elaboração e sanção exclusiva destes entes da federação ou as leis que o legislativo municipal em sua competência propor ou aprovar.
Google imagens

                Cabe ao representante do povo eleito para o executivo municipal também a elaboração do Orçamento Anual, Plano Plurianual e Lei de Diretrizes Orçamentárias; antes de enviá-las a Câmara de Vereadores (Poder Legislativo) há a necessidade legal de audiências públicas.

                Ao Poder Legislativo Municipal (Câmara de Vereadores) além da administração do orçamento da casa, cabe a fiscalização dos atos do poder executivo, aprovar e propor leis de competência do  ente federativo que representa e cumprir as leis, são eleitos na forma proporcional em eleições simultâneas com o cargo para o executivo.

               Existem legislação que são de cunho exclusivo da União, que devem ser aprovadas exclusivamente pelas duas casas que compõem o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados e o Senado, o Código de Trânsito Brasileiro é uma dessas leis, no CTB não há nada que exime da obrigatoriedade do uso do cinto de segurança; o respeito a sinalização tanto vertical como horizontal ou permita estacionamento em calçadas por qualquer categoria profissional ou órgão das administrações, somente em casos especiais previsto no próprio código e, são exceções e não regra indiscriminada.

              O CTB também prevê uma campanha de cunho permanente para a Educação para o Trânsito e uma semana nacional de educação para o trânsito que nesse ano será entre os dias 18 de setembro a 25 de setembro.

             Mas exitem municípios que somente lembram-se da educação para o trânsito na semana nacional, não têm uma ação mais constante e continuada dessa ação e, ainda exitem os que pensam estar acima da Lei, não respeitando as normas e as regras de trânsito; o eleitor (povo) é sábio e nessas eleições que se avizinham preste atenção nos carros de apoiadores e dos próprios candidatos que pedem seu voto; pois se não respeitam as leis agora imagine o que farão se forem eleitos!





Aparecido Donizetti Hernandez

Tecnólogo Gestão Pública/ Especialista Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal






SEMANA NACIONAL DE TRÂNSITO 2012

TEMA: “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Não exceda a Velocidade, Preserve a Vida”.

Dando continuidade às ações da Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito, proclamada pela Organização das Nações Unidas em 2010, o Conselho Nacional de Trânsito definiu o tema da Semana Nacional de Trânsito de 2012.

Atualmente cerca de 2 milhões de pessoas morrem por ano, vítimas da violência no trânsito, e o número de feridos é ainda mais alarmante. Levando em conta que dois dos principais fatores que influenciam no crescimento da taxa de mortalidade no trânsito são a relação “comportamento e segurança dos usuários” e o excesso de velocidade, e os relatórios internacionais sobre acidentes de trânsito, o Contran definiu o tema da Semana Nacional de Trânsito 2012 como: “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Não exceda a Velocidade, Preserve a Vida”.

A velocidade é tema inédito na semana nacional, e o principal foco é a conscientização de jovens entre 18 e 25 anos, considerados o grupo mais vulnerável e de maior exposição ao risco de acidentes de trânsito. Para traçar e realizar as ações o Contran definiu como prioridade a necessidade de unir esforços intersetoriais, visando a redução dos acidentes de trânsito. Assim como nos anos anteriores, a Semana Nacional de Trânsito será realizada entre os dias 18 e 25 de setembro.

JULIO FERRAZ ARCOVERDE

Presidente do Contran e Diretor do Denatran



MUNICÍPIOS

    Os municípios do Brasil são uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa, sendo as menores unidades autônomas da Federação. Cada município tem sua própria Lei Orgânica que define a sua organização política, mas limitada pela Constituição Federal. Os municípios dispõem apenas dos poderes Executivo, exercido pelo prefeito, e Legislativo, sediado na câmara municipal (também chamada de câmara de vereadores). O Poder Judiciário organiza-se em forma de comarcas que abrangem vários municípios ou parte de um município muito populoso. Portanto, não há Poder Judiciário específico de cada município.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Munic%C3%ADpios_do_Brasil : Acesso 16/11/2011 - 22h47

sexta-feira, agosto 17, 2012

CASO PASTA COR DE ROSA

16 DE AGOSTO DE 2012 - 17H29 

O recheio da pasta rosa e o caso do Banco Econômico


A juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do DF, acatou denúncia apontando dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso Banco Econômico. São réus nessa ação o ex-ministro e banqueiro Ângelo Calmon de Sá e praticamente toda a equipe econômica do governo FHC, incluindo o ex-ministro Pedro Malan, os ex-presidentes do BC Gustavo Loyola e Gustavo Franco.

Por Laurez Cerqueira


Banco Econômico
Banco Econômico
Em agosto de 1995, funcionários do Banco Central que trabalhavam numa auditoria contábil, financeira e patrimonial, nas dependências do Banco Econômico, sob intervenção, encontraram na sala do ex-dono do banco, Ângelo Calmon de Sá, uma pasta de cor rosa com documentos com fortes indícios de serem de doações de dinheiro a campanhas eleitorais. A existência dessa pasta só se tornou pública em dezembro daquele ano.

A pasta continha um fax enviado em 2 de agosto de 1990, pelo então presidente da Federação Brasileira dos Bancos, Léo Wallace Cochrane Júnior, para Ângelo Calmon de Sá. Nela havia recibos e notas fiscais de serviços supostamente prestados a campanhas eleitorais e uma lista que relacionava nomes de vários políticos a quantias em dinheiro recebidas.O fax enviado pelo banqueiro Wallace Cochrane Júnior era uma classificação dada pela Febraban - Federação Brasileira dos Bancos aos candidatos à eleição de 1990, com o objetivo de facilitar aos banqueiros a escolha dos políticos que lhes interessariam ajudar financeiramente. A lista continha nomes de candidatos a governador, senador e deputado federal, que concorreram nas eleições de 90, relacionados a notas em escala de 1 a 10.

Nesta lista estavam os nomes de Luís Eduardo Magalhães, PFL/BA, José Serra, PSDB/SP, Francisco Dornelles, PPB/RJ, José Sarney, PMDB/AP e muitos outros, num total de 45 políticos. Em 1990 a legislação eleitoral proibia a doação de dinheiro por empresas a candidatos. Em 1994 essa prática foi legalizada por nova lei.

Em meio à papelada foram encontrados também comprovantes de pagamentos como recibos, notas fiscais de produtoras de vídeo, de agência de turismo e de instituto de pesquisa que teria prestado serviços à candidatura de José Agripino Maia, PFL, do Rio Grande do Norte, ao Senado. Todos os gastos relacionados aparecem como tendo sido um serviço prestado ao Banco Econômico. Algumas dessas notas seriam falsas e teriam sido emitidas por empresas "fantasmas", segundo noticiário da época.

Um outro grupo de documentos continha uma espécie de contabilidade sobre o financiamento de campanhas eleitorais, da qual constam os nomes dos candidatos e respectivos valores parciais e totais ao lado deles. Nessa segunda listagem o valor total das notas fiscais somadas chegava a US$ 2,5 milhões de dólares. Os números variam de político para político, sendo que os valores mais elevados estavam listados ao lado de candidatos a cargos mais importantes, como de governadores. Quem mais teria recebido dinheiro naquela eleição, segundo os documentos, teria sido Antônio Carlos Magalhães, PFL/BA, que era candidato ao Senado. Ele teria levado 45% de todas as doações da "pasta rosa", um total de US$ 1,1 milhão de dólares, informou a revista Istoé, na época.

Os candidatos constantes do fax da Febraban, segundo informou Cochrane à imprensa, eram apenas “indicações”, não haviam recebido, necessariamente, dinheiro do Banco Econômico. Dos 45 listados sete deputados estavam na relação de beneficiados: Benito Gama, PFL/BA, Manoel Castro, PFL/BA, José Lourenço, PFL/BA, Carlos Sant’Anna, PFL/BA, Eraldo Tinoco, PFL/BA, Leur Lomanto, PFL/BA e Genebaldo Corrêa, PMDB, este último, um do grupo dos chamados "anões do orçamento", cassado por corrupção, depois de investigado pela CPI do Orçamento, nos anos 90. Além desses, mais 19 políticos constavam da lista dos beneficiados pelas doações. Os políticos baianos listados faziam parte do grupo do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, na época grande acionista do Banco Econômico, de propriedade do amigo Ângelo Calmon de Sá, também sócio em outros negócios com o banqueiro.

Apenas para refrescar a memória, Ângelo Calmon de Sá foi Ministro da Indústria e Comércio do Governo do general ditador Ernesto Geisel. Foi um fiel colaborador e escudeiro dos governos militares, apoiou as candidaturas de Fernando Collor de Melo e de Fernando Henrique Cardoso, juntamente com o ex-senador baiano Antônio Carlos Magalhães, principal articulador e fiador da aliança PSDB-PFL, que dominou a política brasileira nos anos 90.

O Banco Econômico foi socorrido numa operação que custou R$ 3 bilhões dos cofres do famoso PROER - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso para salvar bancos particulares, quando José Serra era ministro do Planejamento. O PROER, uma espécie de "cesta básica" para banqueiros, consumiu R$ 37 bilhões de recursos públicos.

No decorrer das investigações sobre as atividades do Banco Econômico, em fevereiro de 1996, Ângelo Calmon de Sá foi indiciado por crime de sonegação fiscal e do "colarinho-branco". Em seguida, numa atitude que causou perplexidade a quem acompanhava as investigações sobre a acusação de financiamento de campanha por bancos, entre eles o Banco Econômico, o Procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, apelidado de "Engavetador-geral da Republica" pediu ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do processo sobre os políticos acusados de receber dinheiro de instituições financeiras para suas campanhas eleitorais, alegando falta de provas, e o STF acatou, cobrindo com um manto de mistério um dos maiores escândalos sobre financiamento de campanhas eleitorais da história recente do Brasil.

Mas, felizmente a coisa não parou por aí. Recentemente, a juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, acatou denúncia apontando dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso Banco Econômico. São réus nessa ação, além do ex-ministro e banqueiro Ângelo Calmon de Sá, praticamente toda a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, incluindo o ex-ministro Pedro Malan, os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Loyola e Gustavo Franco, que, aliás, tornaram-se banqueiros depois que deixaram o governo. Todos serão novamente investigados, e, quem sabe o "recheio da pasta rosa" venha à tona para assustar mortos e vivos?

Fonte: Carta Maior. O autor é jornalista e escritor; escreveu os livros “Florestan Fernandes vida e obra” e “Florestan Fernandes – um mestre radical.”

Extraido do Portal Vermelho

quinta-feira, agosto 16, 2012

A CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA

15 DE AGOSTO DE 2012 - 13H55 

A criminalização da política


O Brasil é a única grande democracia do mundo onde não existem debates políticos regulares nas redes nacionais abertas. Política para a mídia brasileira em geral é sinônimo de escândalo. Ao exercerem no cotidiano a criminalização da política, os meios de comunicação, em sua maioria, brincam com o fogo, traçando o caminho mais curto em direção ao golpismo.

Por Laurindo Lalo Leal Filho


Conselhos de Comunicação
.
Política para a mídia brasileira em geral é sinônimo de escândalo. Para grande parte da população resume-se a eleições. 

Pessoas menos informadas costumam referir-se ao ano eleitoral como o "ano da política", fechando dessa forma o círculo da incultura cívica do país, do qual não escapa um ensino alheio ao tema.

Nação de base escravocrata, às camadas subalternas brasileiras sempre foi negado o direito de efetiva participação no jogo político. 

Como concessão permite-se o exercício do voto, dentro de regras restritivas, feitas sob modelo para perpetuação das elites tradicionais no poder.

O descompasso entre presidentes da República eleitos a partir de programas de governo reformistas, com apelo popular, e composições parlamentares no Congresso conservadoras e patrimonialistas têm sido uma constante da política brasileira desde a metade do século passado. 

O suicídio de Vargas e o golpe de Estado sacramentado pelo senador Auro de Moura Andrade em 1964 ao declarar vaga a presidência da República legalmente ocupada pelo presidente João Goulart são símbolos da ambiguidade política brasileira, na qual enquadra-se até a renúncia tresloucada de Jânio Quadros. Cabem aí também as chantagens exercidas por grupos parlamentares contra os governos Lula e Dilma, obrigando-os a dolorosas composições partidárias.

Diferentemente da eleição majoritária, onde os candidatos a chefe do executivo falam às grandes massas e são obrigados a mostrar seus projetos nacionais, deputados e senadores apóiam-se no voto paroquial, no compadrio, no tráfico de influência, herdeiros que são do velho coronelismo eleitoral. 

E no Congresso, sem compromisso ideológico com o eleitor, defendem os interesses dos financiadores de suas campanhas, quase sempre poderosos grupos econômicos do campo e da cidade, ao lado das igrejas e até de entidades esportivas. 

São candidaturas cujo sucesso só ocorre pela falta de um crivo crítico, proporcionado por debates constantes que apenas a mídia tem condições de oferecer em larga escala. No entanto, jornais, revistas, o rádio e a televisão não estão interessados em mudanças. Por pertencerem, no geral, aos herdeiros dos escravocratas (reais ou ideológicos), a existência de um eleitorado esclarecido e consciente apresenta-se como um perigo para os seus interesses. 

Por isso, usam de todos os meios para manter a maioria da população distante da política, criminalizado-a sempre que possível. 

As raízes da tensão histórica existente entre o executivo e o legislativo brasileiros não fazem parte da pauta da mídia nacional. 

Como também não fazem parte as várias propostas existentes no Congresso voltadas para uma necessária e urgente reforma política. 

Entre elas, por exemplo, a que acaba com o peso desigual dos votos de cidadãos de diferentes Estados, as que propõem a adoção do voto distrital misto, o financiamento público de campanha ou até o fim do Senado, cujo debate e votação são sempre bloqueados pelos grupos conservadores dominantes.

O dever social da mídia seria o de ampliar esse debate, levando-o à toda sociedade e tornando seus membros participantes regulares da vida política nacional. Mas ela não presta esse serviço. 

Prefere destacar apenas os desvios éticos de parlamentares e os "bate-bocas" nas CPIs. São temas que caem como uma luva nas linhas editoriais dos grandes veículos, movidas por escândalos e tragédias espetaculares, sempre tratadas como "fait-divers", sem causas ou consequências, apenas como show. 

O resultado é a criação de um imaginário popular que nivela por baixo toda a atuação política institucionalizada. Seus atores são desacreditados, mesmo aqueles com compromissos sérios, voltados para interesses sociais efetivos. 

A definição de uso corrente de que "são todos iguais" reflete essa imagem parcial e deformada da política, criada pela mídia. 

No caso específico da televisão, por onde se informa a maioria absoluta da população, a situação é ainda mais grave. 

O Brasil é a única grande democracia do mundo onde não existem debates políticos regulares nas redes nacionais abertas. 

Só aparecem, por força de lei, às vésperas dos pleitos, reforçando ainda mais a ideia popular de que política resume-se a eleições.

Ao exercerem no cotidiano a criminalização da política, os meios de comunicação, em sua maioria, brincam com o fogo, traçando o caminho mais curto em direção ao golpismo.


Fonte: Carta Maior; artigo publicado inicialmente na Revista do Brasil (Edição de Agosto de 2012)
 
Fonte: Vermelho

domingo, agosto 12, 2012

CONTURBADA ELEIÇÃO


CONTURBADA ELEIÇÃO.


Estamos passando por uma conturbada eleição, com muitas histórias e meias verdades, difícil ao povo de Itapevi, decidir em qual dos muitos candidatos depositar sua confiança, suas esperanças e consequentemente o voto.
A população de Itapevi que deu vitórias consecutivas nas últimas eleições aos candidatos do PT, para presidente da República, Senador, colocou sua digital na tecla 13 e confirmou , pergunta onde está o PT nessas eleições?
Prefeito: Jaci 43
A indagação é legítima e podemos respondê-la; O PT estará no seu voto, que dará com consciência e sabedoria. Compromissos históricos e renovados com as causas populares, a democracia participativa, enfim com o valor maior a cidadania, que construímos palmo a palmo, tijolo a tijolo, e a consolidaremos em nossa Itapevi, com seu voto e seu apoio a Ely 13139, a candidata com reais compromissos com a cidadania.



segunda-feira, julho 30, 2012

DOIS DEDOS DE PROSA COM O POETA BATALHAFAM


Dois dedos de prosa

"Zé Carlos Batalhafam, autor de obras seminais como "Verdades e Mentiras" (poesia) "Trilogia das Palavras" (poesia) e "Vila Nhocuné – Memórias da Tapera da Finada Ignêz & Outras Memórias" (história), é um incansável batalhador da palavra enquanto arte e da cultura enquanto expressão cidadã. Lá se vão vinte e poucos anos como um dos articuladores do Primavera nos Dentes, primeiro movimento literário organizado na região de Itaquera e agora responde pela direção e curadoria do Sarau do Nhocuné, onde mensalmente reúne um panteão de poetas (da região e de outras “pasárgadas”), para declamar, trocar idéias e saberes dentro de um bar na Vila Nhocuné.[..]

Digital Acervo Marcas Poéticas
Os  livros do escritor e poeta, Zé Carlos Batalham, você encontra no Espaço ViaSol Livraria & Café - Rua Professor Ireneu Challuppe nº 67 - 2º Andar - Centro - Itapevi - SP . Telefone: 11 - 4205-1166 begin_of_the_skype_highlighting            11 - 4205-1166      end_of_the_skype_highlighting


domingo, julho 22, 2012

RUY MAURO MARINI, 43 anos para ser reconhecido no Brasil

22 DE JULHO DE 2012 - 6H49

Nildo Ouriques: FHC plagiou intelectuais banidos pela ditadura

Foram necessários 43 anos para que Subdesenvolvimento e Revolução, do mineiro Ruy Mauro Marini, desse o ar da graça no Brasil. Publicada pela primeira vez no México em 1969, a obra clássica do marxismo brasileiro ganhou edições em diversos países, inclusive naqueles da América Latina a viver sob o jugo de ditaduras.

Por Gianni Carta, em CartaCapital

Ruy Mauro Marini
Google Imagem
O que nos leva a perguntar: por que tanto tempo para se reconhecer um grande intelectual brasileiro? Marini (1932-1998), presidente da Política Operária (Polop) e autor de Dialética e Dependência, passou 20 anos no exílio a partir do golpe de 1964. Professor no México e no Chile, onde dirigiu o Movimento de Izquierda Revolucionária (MIR), ele não era, é óbvio, bem-vindo pela ditadura brasileira.

Sua obra continuou, porém, a ser censurada durante a chamada “transição democrática”. Nas palavras de Nildo Ouriques, autor da apresentação de Subdesenvolvimento e Revolução (Editora Insular, 2012, 270 págs.), professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina e ex-presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC, a hegemonia liberal “monitorada” por Washington queria uma transição isenta de teorias radicais como aquelas de subdesenvolvimento e dependência de Marini.

Segundo Ouriques, nessa empreitada para marginalizar radicais, Fernando Henrique Cardoso e José Serra serviram à hegemonia liberal e, entre outros feitos, adulteraram um famoso texto de Marini. Na esteira, FHC pegou carona para “formular” a teoria da dependência que o tornou famoso.

Subdesenvolvimento e Revolução, iniciativa do Iela-UFSC, inaugura a coleção de livros críticos que serão publicados pela primeira vez no Brasil pela Pátria Grande: Biblioteca do Pensamento Crítico Latino-Americano.

CartaCapital: Como explicar a popularidade intelectual de Ruy Mauro Marini mundo afora?

Nildo Ouriques: A importância do Marini é teórica e política. Ele tinha rigor teórico, metodológico, e expressava a visão da ortodoxia marxista. Na experiência brasileira, e aqui me refiro ao grande movimento de massas interrompido com a derrubada de João Goulart em 1964, ele polemizou a tese socialista chilena no sentido de afirmar os limites da transição pacífica ao socialismo. Soube usar a pista deixada por André Gunder Frank do desenvolvimento do subdesenvolvimento e fez a melhor crítica aos postulados estruturalistas dos cepalinos. Fernando Henrique Cardoso, José Serra e em parte Maria da Conceição Tavares divulgavam o debate sobre a dependência como se não fosse possível haver desenvolvimento no Brasil.

Para Marini, haveria desenvolvimento, mas seria o desenvolvimento do subdesenvolvimento. A tese de Frank tinha consistência, mas não estava sustentada plenamente na concepção marxista. Marini, por meio da dialética da dependência, deu acabamento para a tese que é insuperável até hoje. Daí a repercussão do seu trabalho na Itália, França, Alemanha, sobretudo nos demais países latino-americanos, inclusive aqueles submetidos a ditaduras, com exceção do Brasil.

CC: O senhor escreveu na introdução do livro que a teoria da dependência de Fernando Henrique Cardoso foi influenciada pela hegemonia liberal burguesa.

NO: Indiscutivelmente. Os fatos agora demonstram claramente que FHC estava a favor de um projeto de Washington de conter movimentos intelectuais radicais no Brasil. Uma das metas de Fernando Henrique e José Serra era minar o terreno de radicais como Marini. Em 1978, Fernando Henrique e Serra, que havia ganhado uma bolsa nos Estados Unidos, passaram, na volta ao Brasil, pelo México.

Marini dirigia a Revista Mexicana de Sociologia (RMS), da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam). Eles deixaram um texto de crítica ao Marini, As Desventuras da Dialética da Dependência, assinado por ambos. Marini disse que publicaria o texto desde que na mesma edição da RMS de 1978 constasse uma resposta crítica de sua autoria. FHC e Serra concordaram. E assim foi feito. Em 1979, FHC e Serra publicaram As Desventuras nos Cadernos do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) número 23. A dupla desrespeitou a prática editorial que Marini lhes reservou no México. Em suma, a resposta de Marini não foi publicada aqui.

CC: FHC e Serra teriam adulterado o texto por eles assinado ao se referir a um conceito econômico de Marini.

NO: Alteraram um conceito fundamental na teoria de Marini: o da economia exportadora. Marini previa a redução do mercado interno e a apologia da economia exportadora no Brasil. Segundo ele, com a superexploração da força de trabalho não há salário e mercado interno para garantir a reprodução ampliada do capital de maneira permanente. A veloz tendência da expansão das empresas brasileiras força-as a sair do País, e no exterior elas encontram outras burguesias ultracompetitivas.

Fernando Henrique e Serra mudaram o conceito de “economia exportadora” e substituíram por “economia agroexportadora” no texto publicado pelo Cebrap. Marini falava que o Brasil exportaria produtos industriais, inclusive aviões, como de fato exportamos. Mas isso não muda nada. A tendência da economia exportadora implica a drástica limitação do mercado interno. FHC e Serra queriam levantar a hipótese de que Marini não previa a possibilidade de o Brasil se industrializar. Em suma, Marini seria, segundo FHC e Serra, o autor da tese de que no Brasil se estava criando uma economia agroexportadora. Essa adulteração do texto numa questão tão central não ocorre por acaso.

CC: Mas FHC, apesar disso, é tido como o pai da teoria da dependência.

NO: É rigorosamente falso e irônico. Ele e Serra tinham a meta de bloquear essa tendência mais radical, mais ortodoxa, mais rigorosa do ponto de vista analítico de, entre outros, Marini, e pegaram carona. Daí a astúcia, no interior do debate mais importante na área de Ciências Sociais na América Latina: o da teoria da dependência. E nesse contexto se apresentaram como os pais da famosa teoria, especialmente FHC, quando em parceria com Enzo Falleto publica Dependência e Desenvolvimento na América Latina.

À época, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) já não tinha condições para defender seus projetos teórico e político, e eles se apresentam como interlocutores nesse debate. Visavam por um lado recuperar as posições cepalinas e de outro evitar o radicalismo político. E foram exitosos, turbinados pelas elites nacional e internacional favoráveis a um projeto de transição lenta, gradual e segura. Um projeto dessa natureza precisa ter uma direita clássica, fascista etc., e também uma versão liberal na qual se encaixa Fernando Henrique Cardoso.

CC: E o que ele representava?

NO: De fato, ele encabeçou a oposição liberal à ditadura. Tornou-se suplente de senador de Franco Montoro e logo em seguida com a eleição deste para o governo do estado se transformou no grande modelo de intelectual político “dentro da ordem”, para usar uma feliz expressão de Florestan Fernandes. Não é um movimento fútil o de FHC. Ele percebe a política do Partido Democrático em Washington, no sentido de democratizar o Brasil, percebe o movimento da elite empresarial em São Paulo por meio do manifesto de 1977 contra o gigantismo estatal e percebe o movimento de massa pelo crescimento do MDB. E assim teve uma brilhante carreira política. Idem o Serra, para falar de políticos mais notórios. E conseguiram produzir numerosos intelectuais no mundo universitário, exceto a intelectualidade que estava mais presa a um novo sindicalismo e ao petismo.

CC: O FHC parece não ter muita credibilidade no mundo acadêmico.

NO: Ele não tem uma obra. Fernando Henrique é no máximo um polemista no interior de um debate acadêmico (dependência) no qual ele não era a figura principal. Mas cumpriu o papel decisivo no sentido de bloquear, coisa que fez com certa eficácia, as correntes mais vitais desse debate. Teve êxito especialmente com a obra de Marini, mas também com livros muito importantes de Theotonio dos Santos, Imperialismo e Dependência, ou Socialismo ou Fascismo, o Novo Dilema Latino-Americano, este publicado até em chinês, mas jamais no Brasil.

CC: Marini concordaria com o senhor que o discurso sobre a nova classe média é uma forma de legitimar o subdesenvolvimento no Brasil?

NO: Completamente. Esse debate esconde algo fundamental, a gigantesca concentração de renda. Enquanto se fala na ascensão da classe média, a pobreza é muito maior: 76% da população economicamente ativa vive com até três salários mínimos, 1,5 mil reais. Ou seja, nem sequer alcançam o salário mínimo do Dieese. Com meu salário de professor em greve (por aumento salarial), pertenço aos 24% mais ricos da sociedade, ao lado do Eike Batista.

CC: Mas, de fato, Lula elevou o nível de vida de milhões de brasileiros.
            
NO: Lula fez política social. O problema de Fernando Henrique e José Serra é que eles odeiam o povo. FHC não tinha uma política social para o País. Mas política social não traz emprego e renda. Num país subdesenvolvido, inclusive numa estratégia revolucionária, é preciso ter programas emergenciais. A estratégia da erradicação da pobreza de Dilma Rousseff não pode ser realizada exclusivamente com política social. O petismo está mostrando seus limites porque terá de confrontar o poder, o prestígio social e a elite. Se não enfrentar tudo isso, será devorado.